domingo, 27 de fevereiro de 2011

Transformados pelo Encontro com Deus - Isaías 6.1-8

Mudança de Ano, qual foi a sua sensação?
É comprovado que em no final de cada ano mais pessoas ficam deprimidas a cada passagem. Isso se deve ao fato de projetarmos e sonharmos em cumprir metas, desejos pessoais ou sociais, e quando chega o ultimo dia do ano a sensação é de frustração, pois parte, ou quase nada, e mesmo que tenha conseguido adquirir até 70% do que planejaram, algumas pessoas entram em depressão.
Outro fator pode ser o tempo, o clima. No nosso caso, brasileiros, que nos encontramos em uma zona tropical, vemos que nesse período do ano, novembro a janeiro, temos períodos de muitas chuvas: isto traz um tipo de síndrome chamada depressão sazonal. Esta síndrome é devido ao tempo nublado. A falta de ver o céu e sentir o sol provoca tristeza, desânimo e até angustia.
Por isso a virada de um ano para o outro é cheio de festas, provavelmente para minimizar um pouco essa sensação. E se não tivéssemos a marcação dos anos? Será que isto acabaria?
Bom, pensar em mudanças não é algo que encaramos com facilidade, nem é por mudança de ano, ou de tempo. Nós somos limitados e fracos quando se trata de mudanças em nossa vida.
O texto que lemos mostra uma mudança radical na vida do povo e mais ainda na vida de Isaías. Ele era sacerdote que vivia no palácio, junto ao rei. Mas quem era o rei Uzias? De acordo com o 2Cr 26 ele foi ungido rei aos 16 anos e de pronto fez obras e guerreou batalhas significativas. Mas no verso 16 mostra sua ruína quando seu coração se encheu de orgulho. Foi acometido de lepra e morreu após 41 anos de reinado, mais ou menos com 57 anos.
O livro de 2Cr diz que ele, até certo momento, tinha feito tudo na presença de Deus, mas depois seu coração se exaltou. Mas ele tinha marcado a vida do povo de Judá, Reino do Sul. Isaías por ser um sacerdote real, ele era responsável por orientar o rei em suas decisões. E agora ele e povo passavam por um momento de mudança. Diz a história de Judá que o rei Uzias foi o melhor rei que eles tiveram.
Outro fator de mudança que o profeta e o povo estavam passando é concernente ao contexto que o capitulo 6 de Isaías está inserido. O Capitulo 5, temos uma descrição das uvas bravas com sendo estilo de vida dos judeus do AT em contraste com o que Deus fará com a Sua Nova Vinha. Isto está ligado à vinda de Cristo no NT, o Filho da virgem, o Príncipe da Paz. Ainda apresenta vários “ais” ou reprovações e condenações que Deus executará contra todos que praticam iniqüidades (alguns enumerados do verso 8 ao 22).
O capítulo 7 complementa o nosso contexto justamente falado da virgem que dará a luz. O capítulo inicia falando do juízo que viria sobre Israel (reino do norte), dos que tramam contra Judá, mas Deus sai em sua defesa. O sinal do livramento é definido no verso 14 a 16. Ainda mostra a sua poderosa mão agindo sobre as nações e através delas para o cumprimento de Sua promessa (versos 17 a 25). No verso 18 a 20, temos um alerta que o profeta faz através de um simbolismo que representa o Egito e Assíria, isto representa duas situações:
·         Para aquele tempo – A assolação dos reinos de Judá e Israel
·         Para todos os tempos – O Juízo Final.
Tendo o pano de fundo do contexto e algumas de suas ideias principais, veremos três momentos significativos do encontro com Deus:
6.1-4 – A verdadeira mudança é quando encontramos com Deus e vislumbramos sua Santidade. Não há algo mais belo no universo do que a Santidade de Deus. Em 1Cr 16.7-36, Davi celebrou com o povo a vinda da Arca de Deus, que representava a presença do Senhor, sua Glória. No verso 29 exclama: “Tributai ao Senhor a glória devida ao seu nome; trazei oferendas e entrai nos seus átrios; adorai o Senhor na beleza da sua santidade”. Esta exclamação é repetida no Sl 29.2 e 96.9. Para o cristão, não se compara a grande expressão que os Serafins falavam um aos outros: “Santo, Santo, Santo”. Deus, não obstante ser totalmente Santo, Ele relaciona conosco que somos tão pecadores. Isto deve provocar em você e em mim uma grande transformação. O encontro com o Deus Trinamente Santo deve abalar nossas estruturas. Não há palavras que possa descrever como é bela a Santidade do nosso Deus.
6.5-7 – A verdadeira mudança é quando ao encontrarmos com Deus e percebemos como somos pecadores e experimentamos da sua maravilhosa graça. O profeta caiu em si: “ai de mim sou pecador”. Vislumbrar a luz da santidade de Deus expõe nossa condição de pecadores. Expõe as manchas do nosso pecado. Se compararmos isto a alguns Salmos (Sl 32, 51, 103, 119), poderemos perceber atitudes tomadas pelos salmistas quando se encontraram com o Deus que é Santo. Por exemplo: o Sl 32.1,2, Davi diz que é bem-aventurado aquele que tem o seu pecado perdoado. Para chegar a está conclusão ele teve que experimentar um encontro com o Deus Santo que mostrou o seu pecado e como isto lhe era pesado (verso 3,4). O livro “O Apóstolo dos Pés Sangrentos” de Boanerges Ribeiro, nos conta a história de SUNDAR SINGH, um indiano que se converteu ao cristianismo, há algumas parábolas por ele escritas, e uma me chama muito a atenção:
“É bom sinal sentirmos que somos pecadores. Quando não o sentimos estamos em perigo. Certa ocasião banhava-me no Sutlej, e mergulhei até o fundo da torrente. Sobre a minha cabeça havia toneladas de água, mas eu não sentia o peso. Quando subi à margem enchi de água uma vasilha e ela me pareceu pesada. Enquanto estava mergulhado não sentia o peso da água. Também o pecador não sente o peso do pecado enquanto vive nele.”
Esta parábola expressa bem o efeito da graça em nós. Do altar de Deus veio um Serafim com uma tenaz que tinha uma brasa viva, fogo purificador, alusão ao sangue remidor de Jesus (1Jo 1.7). Quando percebemos a grandeza da Graça sobre a podridão que somos, então, desfrutamos de uma mudança radical em nossa visão. Não importam as circunstâncias, pois o perdão nos arremessa aos pés do nosso Deus Salvador e Senhor.
6.8 – A verdadeira mudança é quando ao encontrarmos com Deus entendemos o chamado. Isaías entendeu que precisava primeiramente saber quem ele era: “envia-me a mim”. Hoje vemos muitos interessados em convencer os outros porque ouviu um pregador falar algo bonito e que a mensagem era toda para fulano ou beltrano, mas a mensagem passou por cima de sua cabeça e não entrou no coração. A verdadeira mudança é que ao vermos a luz da Santidade de Deus, reconhecemos que somos pecadores, e nos entregamos ao curso do Rio de Deus (Sl 46.4). Há um vídeo na internet que expressa bem o que eu quero dizer. Nick, um australiano filho de um pastor, nasceu sem braços e sem pernas. Ele questionou a Deus para que Ele mudasse sua circunstância, mas Deus não fez isto. Quando Nick contemplou a Grandeza de Deus, do seu Amor por ele, então entendeu quem era. Um pecador perdoado, e que sua vida agora foi mudada para mostrar aos outros o que Deus pode fazer através daqueles que reconhecem que não são nada, mas Cristo vive neles (Gl 2.20).
Foi isto que aconteceu com Isaías, que já era sacerdote, e precisou experimentar a verdadeira mudança que vem do Santíssimo Lugar. Ser purificado por Deus pelo tocar transformador e purificador. E ser preparado primeiramente a ir a si mesmo. Deixando ser moldado como um vaso nas mãos do Oleiro, como um tapete nas mãos do Tapeceiro, pronto para ver o mundo e as mudanças na sua vida e ao seu redor não como obstáculos, mas como lugar de testemunho do poder transformador de Deus.
Pr. Valério

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